O pesquisador da área de Hortaliças do Cepea, João Paulo Bernardes Deleo, destaca que a safra das águas 2023/24 está sendo marcada por preços elevados da batata, devido à menor oferta provocada por adversidades climáticas nas principais regiões produtoras. Em janeiro, o valor médio da batata tipo ágata atingiu o maior patamar da série histórica do Hortifruti/Cepea, iniciada em 2001, e embora os preços tenham recuado em março em relação ao início do ano, ainda operam em níveis elevados.

As condições climáticas adversas afetaram a safra, com perdas médias de produtividade de até 20% em algumas regiões. Contudo, o cenário atual indica uma maior estabilidade nos preços em médio prazo, ao contrário do que acontecia no passado, quando oscilações mais bruscas eram comuns devido ao ciclo de capitalização e descapitalização dos produtores.

A indústria de batata pré-frita congelada tem sido crucial para garantir a rentabilidade do mercado de mesa desde 2019, oferecendo contratos com preços pré-fixados e compra da produção garantida. A diversificação dos negócios e o investimento em tecnologia são as estratégias adotadas pelos produtores para enfrentar as oscilações do mercado e garantir sua sustentabilidade econômica. A expectativa para 2024 é de um ano positivo para o segmento fresco, com a área cultivada equilibrada com a demanda e a possibilidade de sazonalidades nos preços devido a variáveis como clima, tecnologia e manejo.