Os desafios legislativos na implementação da mistura obrigatória de biodiesel ao diesel
O biodiesel, como fonte de energia renovável proveniente de várias oleaginosas, está se destacando cada vez mais no cenário energético do Brasil. Ricardo Souza, sócio da consultoria RGF e especialista em logística, infraestrutura e licitações, compartilha sua visão sobre os impulsionadores e desafios enfrentados pela indústria.
O Brasil, sendo um grande produtor de oleaginosas e carnes, possui uma matéria-prima abundante para a produção de biodiesel. Os investimentos facilitados e a capacidade de aumentar a produção, juntamente com os modelos estabelecidos de comercialização e distribuição, fortalecem o apoio a esse biocombustível.
Apesar dos ajustes legislativos ao longo da implementação da mistura obrigatória de biodiesel ao diesel, que começou em 2% e agora está em 15%, houve resistência das montadoras e desafios relacionados à qualidade e preço do biodiesel. Apesar disso, a recente elevação para 14% e a meta de atingir 25% refletem o compromisso em reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
Porém, a jornada rumo a um aumento gradual da mistura enfrenta desafios significativos, como a adaptação dos motores, a garantia de qualidade e preço competitivo do biodiesel, além da necessidade de uma fiscalização rigorosa. A falta de diálogo com a indústria automotiva também é um obstáculo para a eficaz implementação do programa.
Em comparação com outros países, o Brasil se destaca pela ambição e abrangência da mistura obrigatória, visando uma integração em todo o país. Ricardo Souza vê o biodiesel como um aliado importante na redução de emissões e no fortalecimento da agroindústria nacional, prevendo um crescimento contínuo na produção e consumo nos próximos cinco anos.
Por fim, o projeto de mistura de biodiesel busca reduzir as emissões de gases do efeito estufa e promover o planejamento do setor, apesar da falta de diálogo com a cadeia automotiva.